Fonoaudióloga
da Secretaria do Estado de Saúde de Minas Gerais (SES/MG) – Coordenadoria de
atenção à saúde da pessoa com deficiência.
1- Como
surgiu a ideia da triagem auditiva neonatal?
Percebemos
a necessidade diante da inexistência de um programa estadual estruturado com
protocolo único e financiamento pelo SUS. Considerando as evidências
científicas do benefício do diagnostico precoce das perdas auditivas nos
neonatos constatamos a necessidade de estruturar o Programa Estadual de Triagem
Auditiva Neonatal.
2- Como
foi a iniciativa?
Estruturamos
o Programa de forma integrada à Rede Estadual de Saúde Auditiva, já implantada
desde 2005, de forma a possibilitar a continuidade da atenção à saúde auditiva
das crianças identificadas pela Triagem Auditiva Neonatal.
3- Qual
o processo burocrático percorrido para chegar a alcançar a implantação da TANU
em Minas Gerais?
Em
setembro de 2006 entrei na SES, e em março de 2007 apresentamos a proposta
internamente para os setores da SES, que foi aceita e aprovada pelo Secretário
de Saúde. Em 18 de outubro de 2007 foi aprovada a Resolução SES nº1321 e a
partir daí iniciamos os credenciamentos de maternidades como Serviços de
Referência de Triagem Auditiva Neonatal, integrados à Rede Estadual.
4-
Quais foram às dificuldades para implantação do programa em Minas?
Morosidade
no processo de credenciamento das unidades associada à falta de conhecimento e
mobilização por parte dos gestores, diretores das instituições e dos
profissionais de saúde.
5- Qual
a motivação pessoal?
Pela
formação profissional como fonoaudióloga e pela questão do histórico de minha
família com o “Teste do Pezinho”.
6- Qual
a importância da TANU para a saúde pública?
Uma
das principais importâncias é possibilitar que as crianças com perda auditiva
tenham a chance de desenvolver a linguagem oral.
7- O
que você acha que podemos fazer em termos de programas de saúde para
conscientizar a população da importância do exame?
Criar
uma articulação mais próxima com a atenção primária para que os profissionais
das unidades básicas de saúde “vistam a camisa” da TAN; incluir o tema da saúde
auditiva infantil na formação dos profissionais de saúde e buscar estratégias
de educação continuada.
8- Como
ampliar a triagem para as cidades do interior?
É
necessária a garantia de recursos para o credenciamento de novas unidades.
Atualmente temos 33 maternidades de referência sendo a meta da primeira etapa
45. O investimento atual é de 1,5 milhões de reais e deve chegar a 8 milhões ao
considerar cobertura de 100% dos nascidos vivos de MG.
9- Onde
a triagem foi implantada primeiro? Cite algumas cidades que já tem o programa
de triagem.
O
programa foi implantado 1º em
Belo Horizonte , e logo depois em Passos e Barbacena, Juiz de
Fora, Uberlândia, Montes Claros, Teófilo Otoni, Alfenas, Uberaba, Itabira,
Uberlândia, Diamantina, Sete Lagoas, Lagoa Santa, Pouso Alegre, Ponte Nova,
Ubá, Varginha, Patrocínio, Ibirité, Campo Belo, Brasília de Minas, Divinópolis.
Vai iniciar em breve em Ribeirão das Neves, Contagem e Governador Valadares.
Apenas
dois estados brasileiros possuem programas estaduais de triagem auditiva
neonatal: Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Nos outros estados e municípios o
programa é realizado por iniciativa municipal ou das próprias instituições.
10- Em
qual município tem dado mais certo e por quê?
O
município que mais dá mais certo é BH, pois o programa municipal foi integrado
com a atenção primária. A TAN é agendada pelos profissionais das Unidades
Básicas de Saúde, unidades com as quais os usuários já possuem vínculo.
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